Inflação em alta: como proteger seus investimentos?

22/09/2021

Inflação em alta: como proteger seus investimentos?

Inflação em alta: como proteger seus investimentos?

Conforme apresentado no comentário Somma 78 – Inflação alta e crescimento baixo – quando analisamos as nossas projeções de inflação, percebemos que elas estão acima da meta tanto para esse ano quanto para o ano que vem. Isso é importante, pois o cenário inflacionário corrói o poder de compra da população e impacta diretamente nos seus investimentos. Neste artigo, explicaremos porque a inflação acelerou nos últimos meses e o que você pode fazer para proteger os seus investimentos dessa alta inflacionária.

Inflação em alta: reflexos da pandemia do Coronavírus

Ao longo do ano de 2020, a pandemia do Coronavírus atingiu o mundo e, como consequência, diversas medidas restritivas foram aplicadas na economia. Com isso, o setor de serviços foi o mais prejudicado, em função do fechamento de bares, restaurantes e serviços de entretenimento. Além disso, a indústria também foi afetada – principalmente com o fechamento de fábricas – o que prejudicou a entrega de insumos e máquinas para o setor industrial. Como resultado, observou-se a queda dos preços de serviços ao mesmo tempo em que o preço dos bens industriais foi pressionado. Ainda, o setor de alimentação também apresentou pressões inflacionárias – consequência do maior número de refeições realizadas em casa.

Inflação em alta: como proteger seus investimentos?

Em 2021, com a aceleração do processo de vacinação, com a retomada das atividades e da demanda, as pressões inflacionárias se disseminaram. Os preços do setor de serviços apresentaram tendência de alta, se elevando quando comparado com 2020, bem como os preços de diversas commodities. No setor industrial, o descasamento entre oferta e demanda continua persistindo, e os preços permanecem acima do inicialmente esperado. Com isso, observou-se um aumento da inflação global – situação que vem preocupando os mercados.

Impacto no Brasil

No Brasil, além dos fatores descritos acima, ainda existem questões climáticas e hídricas que pioram a situação. Por aqui, as geadas prejudicaram a produção de alimentos in natura, enquanto a falta de chuvas impactou o preço da energia elétrica. Com isso, o que se observa é a rápida deterioração do cenário inflacionário, com as projeções para 2021 e 2022 sofrendo revisões consecutivas de alta. De fato, espera-se que a inflação encerre o ano de 2021 em 8,6% e que em 2022 ela finalize o ano em 4,2% – valor acima da meta estabelecia pelo Banco Central (3,5%). Como resposta, o Banco Central deve elevar continuar subindo os juros e esperamos que ele chegue a 8,50% até o final do ano.

Como proteger seus investimentos da inflação em alta

Diante deste cenário, é fundamental entender como você pode proteger os seus investimentos da inflação em alta e como aproveitar o movimento de subida de juros. Essa combinação de fatores acaba levando o investidor local a classes de ativos mais específicas. Como ações (investimento de longo prazo em empresas que tenham capacidade de repassar preços aos seus clientes), investimentos no exterior em moedas fortes (sem hedge) e investimentos de renda fixa indexadas à índices de preços – que será o foco deste artigo.

Os ativos de renda fixa citados acima são negociados com duas taxas diferentes: uma taxa pós-fixada a um índice de preços/inflação – que irá rentabilizar conforme o índice de preços evolui ao longo do tempo – acrescida de uma taxa pré-fixada, que nesses termos se torna uma taxa de juros real. Em outras palavras, não importa qual seja a taxa de inflação no futuro, o investidor estará protegido contra perdas do seu poder de compra e verá seu capital investido rentabilizar a uma taxa de juro real.

Possibilidades de investimentos 

Dentre as possibilidades de investimentos nessa classe, podemos dividir em dois emissores principais: o Tesouro Nacional e o mundo corporativo, geralmente grandes empresas ou bancos. Em ambos os casos, o investidor emprestará dinheiro a uma taxa de juros acordada, recebendo juros ao longo da vida útil do ativo.

O ativo emitido pelo Tesouro Nacional é o Tesouro IPCA+, com ou sem pagamento de juros semestrais, para vencimentos diversos, de 2026 a 2055. O risco de não receber seu dinheiro de volta (risco de crédito) é muito baixo. Uma vez que se trata da dívida pública do Brasil, e o investidor pode resgatar a qualquer tempo às taxas de mercado, o que pode gerar lucro ou prejuízo.

Em contrapartida, a iniciativa privada oferece opções de investimentos com taxas mais altas e prazos mais curtos em relação ao Tesouro, mas com um risco de crédito embutido e menor liquidez. Por esse motivo, é indicado que esses investimentos sejam assessorados por investidores profissionais com capacidade para analisar cada empresa emissora. Uma opção interessante são os fundos de investimentos que alocam seus recursos em debêntures de infraestrutura, indexadas ao IPCA e com o incentivo de isenção de imposto de renda para pessoas físicas.

 

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